O monstro do lago Ness, mais conhecido na Europa como "Nessie", tem sido visto desde o século VI, mas foi só na década de 30 que ele se tornou realmente conhecido. Nesse período, a construção de uma estrada nas redondezas do lago propiciou uma série de relatos sobre aparições do monstro. Mas os relatos são mais antigos, sendo a primeira aparição de "Nessie" relatada por um santo, o Santo Columba, que afirmou ter visto um monstro enorme atacar um homem, enquanto este nadava no lago, isto no ano de 565. Ao longo dos anos muitos relatos foram feitos, em um deles, o senhor Spencer e sua esposa afirmaram ter visto, em 22 de julho de 1933, enquanto passavam pela estrada próximo ao lago, um grande animal, de pele enrugada como de um elefante, pescoço enorme formando arcos e um pesado e grande corpo, arrastando-se em direção
ao lago. Em janeiro de 1934 outra aparição do monstro fora d'agua foi registrada, um motoqueiro afirmou quase ter colidido com "Nessie", quando vinha com sua moto, por volta de uma da madrugada. Ele viu uma enorme forma, no lado esquerdo da estrada, quando chegou mais perto, avistou uma pequena cabeça sobre um imenso pescoço. Ao perceber a presença do motoqueiro o animal saiu de encontro ao lago e desapareceu.
Mas o pesquisador Shine tem outra versão sobre os fatos, ele dedicou os últimos 25 anos para tentar explicar as aparições do monstro. Segundo ele, a maioria das visões que aconteceram podem ser atribuídas a gigantescos movimentos da água sobre a superfície, alguns deles tão grandes quanto 131 pés. Shine contou para ABCNews como a fricção entre camadas "diferentes" de água criou padrões incomuns relativos a maré, que levaram as pessoas, no passado, a acreditar que se tratava de um monstro. "Isto poderia explicar um grande número das aparições", disse ele.
Essas ondas debaixo da água poderiam ser atribuídas a posição do lago, que recebe ventos vindos do sudoeste. Uma exposição em 2000 tentou mostrar com efeitos digitais e laser cmo ocorreria esse fenômeno de maré.
Há muito tempo Shine tenta provar que "Nessie" não passa de um equívoco, em 1993 ele tentou convencer os habitantes locais que o monstro não passava de um "peixe grande", um Esturjão Báltico em uma lagoa adjacente ao lago. A experiência foi projetada para mostrar como aquele grande peixe poderia sobreviver e crescer em um ambiente como o Lago Ness, que provê nutrientes escassos para peixe. O seu esturjão ainda mora na lagoa, disse Shine.
Mas Ian Cameron, inspetor de polícia e velho amigo de Shine, diz o que viu quando pescava uma noite em 1965, e "estava longe de ser um esturjão ou algum padrão de onda". Segundo Cameron, o que ele viu tomava decisões e tinha movimentos conscientes. Ele descreve um objeto grande movendo-se com a corrente e se virando para ficar longe da costa e, então, contra a corrente novamente. Seu relatório foi confirmado por outras sete testemunhas, que afirmaram ver o mesmo objeto, o qual se comportara do mesmo modo naquela mesma noite.
A visão de Cameron é a mais longa que se tem notícia (foram 50 minutos) e, quando perguntado se acredita que a ciência de Shine vai refutar as histórias e provar definitivamente que "Nessie" não passa de uma lenda, o inspetor afirma categoricamente que não, "Eu vi aquilo. Não há nenhuma dúvida sobre isso, com sete testemunhas".
Por sua vez, Shine, que se descreve como um agnóstico (doutrina filosófica que considera o absoluto como inacessível ao entendimento humano) quando fala do monstro do lago, disse ter esperanças na sua mais recente pesquisa, a qual permitirá para as pessoas desacreditar que exista qualquer coisa espreitando em baixo das águas do Lago Ness.
Todavia, ele não nega que o seu amigo tenha visto algo incomum. "Isto não explica tudo", disse sobre sua teoria de onda, "Mas poderia dar para as pessoas algumas das respostas para o que eles estão olhando".